Grupo promove ebó coletivo em protesto contra livraria que associou Salvador a demônios

Foto: Reprodução / Facebook Motumba A Voz do Axé


Em protesto contra a proprietária da "livraria flutuante", a empresa OM Ships International, a Frente Nacional Makota Valdina realiza seu segundo "ebó coletivo" nesta segunda-feira (4), no Terminal Marítimo de Salvador. O ato, que teve início por volta das 10h e segue até as 19h, é uma resposta à intolerância religiosa da organização, responsável pelo navio Logos Hope.

Antes do navio chegar à capital baiana, no mês passado, a empresa usou sua página no Facebook para pedir que os fiéis orassem pelos tripulantes, já que a cidade é conhecida "pela crença das pessoas em espíritos e demônios" .

Diante desse quadro, a Frente Makota Valdina, que se constitui como um fórum de defesas das religiões de matriz africana, organizou essa mobilização. Coletivos, organizações sociais, associações e terreiros de candomblé participam do ato, que visa louvar os orixás e voduns e espantar os "males trazidos pelo navio do racismo religioso".

"Repudiamos a manifestação explícita de racismo religioso presente na postagem do navio Logos Hope. Ao associar os símbolos sagrados dos povos africanos ao mal, a publicação do navio nega o protagonismo e a existência de uma história ao povo negro, ideologia racista mesma que justificou o navio negreiro", destacou a frente na postagem de anúncio do ebó.

Dias após o caso de intolerância, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) também tomou medidas contra a proprietária do navio e anunciou a abertura de uma investigação.
FONTE: Bahia Notícias em 04/11/2019


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