A profanação acontece no dia de manifestações no país contra o antissemitismo



Quase 80 túmulos de um cemitério judaico na cidade de Quatzenheim, leste da França, foram encontrados profanados nesta terça-feira 19, com símbolos nazistas, anunciaram as autoridades locais, que condenaram o “ato antissemita odioso”.

A profanação coincide com o dia de manifestações para dar um “Basta” ao antissemitismo, em alta no país. Em Paris, a classe política quase em peso participa de um ato na praça da República, para repudiar as agressões e insultos contra judeus. O partido Rassemblement National (Agrupamento Nacional), da líder de extrema-direita Marine Le Pen, não foi convidado.


Além de Paris, manifestações estão previstas em várias cidades. A iniciativa para a convocação de uma “união contra o antissemitismo” na França foi do Partido Socialista. Lançada na última quinta-feira 14, ela rapidamente ganhou a adesão do governo e de quase todas as forças políticas, da extrema-esquerda à direita conservadora.


O primeiro-ministro, Edouard Philippe, acompanhado por 14 ministros, participa da manifestação em Paris, marcada para às 19 horas, pelo horário local (15 horas em Brasília). O ato também contará com as presenças do ex-presidente François Hollande e do ex-primeiro-ministro Bernard Cazeneuve. Nicolas Sarkozy foi convidado, mas ainda não confirmou sua participação.
Emmanuel Macron

Os organizadores também queriam a presença de Emmanuel Macron, mas o presidente optou por realizar um ato simbólico. Juntamente com os presidentes da Assembleia Nacional e do Senado, ele visita o Memorial do Holocausto em Paris, 45 minutos antes da manifestação da praça da República para marcar o repúdio dos franceses ao antissemitismo.

Macron também fará um discurso contra o antissemitismo amanhã, quarta-feira (20), durante encontro anual do Conselho Representativo de Instituições Judaicas na França, em Paris.
Agressões antissemitas em alta

No ano passado, 541 agressões antissemitas foram registradas em toda a França, um aumento de 74% em relação ao ano anterior. No sábado 16, o episódio que envolveu o filósofo e acadêmico Alain Finkielkraut, xingado de “sionista imundo” durante uma manifestação dos coletes amarelos, chocou o país.

FONTE: Carta Capital em 19/02/2019

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