Dilma critica violência nos países do Oriente Médio


A presidente Dilma Rousseff criticou nesta terça-feira, em seu discurso na abertura da III Cúpula América do Sul - Países Árabes, a recente onda de violência nos países do Oriente Médio e os ataques a representações diplomáticas dos Estados Unidos e da Alemanha. Apesar de ressaltar a condenação brasileira a manifestações de islamofobia, como o filme com críticas ao profeta Maomé, a presidente afirmou que o Brasil também repudia a violência de radicais muçulmanos.
"Repudiamos todas as formas de intolerância religiosa e, diante dos acontecimentos das últimas semanas, reafirmamos nossa condenação veemente de todas as manifestações de islamofobia. Com a mesma veemência afirmamos também nosso repúdio aos atos recentes de violência e terrorismo que foram praticados contra os Estados Unidos, a Alemanha e outros países", afirmou.
Em seu primeiro discurso como representante do país coordenador da Cúpula, Dilma Roussef voltou a condenar a violência na Síria, defendeu o reconhecimento de um Estado Palestino e criticou as ameaças recentes feitas ao Irã. Os novos movimentos democráticos da região, com eleições abertas no Egito e na Tunísia, foram elogiados pela presidente, que lembrou o passado não tão distante da América Latina, onde processos semelhantes, mesmo que não tão violentos, aconteceram.
"Nós na América do Sul vivemos em um passado recente processos semelhantes de luta pela democracia política e pela inclusão social. Algumas das situações no mundo árabe nos causaram muita preocupação. A violência generalizada na Síria, por exemplo, é motivo de profunda tristeza para o Brasil", disse Dilma, lembrando a comunidade árabe no País. Mais uma vez, a presidente acusou o governo de Damasco de ser o principal responsável pela violência, mas também lembrou o fato de a oposição, "armada por estrangeiros", ter sua parcela de culpa.
"Estamos conscientes de que a maior responsabilidade recai sobre o governo de Damasco e as vítimas são mulheres, crianças e jovens. Sabemos também da responsabilidade das oposições armadas crescentemente com apoio militar e logístico estrangeiro", afirmou. Ouvindo seu discurso, representantes dos países do Golfo Pérsico que têm sido os principais fornecedores de armas para a oposição, assim como do Irã, que já admitiu enviar armamentos para o regime de Bashar al-Assad.
A presidente ainda defendeu, mais uma vez, uma solução para a situação da Palestina e seu reconhecimento como Estado pelas Nações Unidas. A presidente Dilma acusou o Conselho de Segurança de "abdicar de suas responsabilidades" ao ceder às negociações para um acordo na região ao chamado Quarteto - ONU, União Europeia, Estados Unidos e Rússia -, que classificou de inoperante. "O Conselho de Segurança não pode abdicar das suas responsabilidades e transferi-las para um quarteto inoperante. Só uma Palestina livre poderá responder aos anseios legítimos inclusive de Israel de paz e segurança nas suas fronteiras", afirmou.

FONTE: Portal A Tarde em 02/10/2012

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