Caminhada pelas ruas centrais de Mogi faz alerta contra a intolerância religiosa

No feriado de amanhã, dia 15 de novembro, quando se comemora a Proclamação da República e também o Dia Nacional da Umbanda, a Associação Cultural e Religiosa Axé Mogi irá promover a 4ª Caminhada Contra a Intolerância Religiosa, a partir de 10 horas, no Largo do Rosário, área central da cidade.
Pelo quarto ano consecutivo, adeptos da Umbanda e do Candomblé estarão reunidos em torno de várias atrações culturais, especialmente voltadas para destacar o respeito que deve existir entre segmentos religiosos diversos. O evento integra o 7º Festival de Culturas Negras.
“Nosso objetivo é demonstrar a importância da existência deste respeito entre as religiões, independentemente da crença de cada pessoa”, afirma Roberto Sousa, o Pai Roberto D’Xangô, presidente do Axé Mogi e organizador do evento, que vai acontecer pela primeira vez após a Câmara Municipal haver incluído o Dia Nacional da Umbanda (15 de novembro) e a Marcha para Ogum (mês de abril) no calendário oficial da cidade.
A primeira etapa da ação contra a intolerância religiosa será marcada por palestras de integrantes e convidados do grupo Axé Mogi, entremeadas com atividades culturais relacionadas aos rituais afro-brasileiros, como a apresentação do grupo de capoeira do Instituto Zambie, liderado por mestre Canoa.
As cantoras Maristela Afro e Cristoilma também irão se apresentar com músicas populares e cânticos característicos da Umbanda e Candomblé.
O evento terá a apresentação do Afoxé Filhos do Cacique, com instrumentos de percussão característicos.
As atividades culturais deverão se estender até por volta de 12h30, quando os participantes, seguirão, em cortejo, até as proximidades da Catedral de Santana, onde esperam ser recepcionados pelo padre responsável pelo templo católico, a exemplo do que tem acontecido nos últimos anos.
Em 2018, por exemplo, o pároco da Catedral, além de convidar os participantes do cortejo a ingressarem na igreja, também protagonizou uma bênção especial aos pais de santo e demais integrantes dos grupos religiosos.
“Foi uma acolhida que caracterizou a perfeita integração entre participantes de religiões diferentes, mas que convivem em paz plena”, afirma Roberto D’Xangô, destanco a importância desse mútuo respeito entre praticantes do Catolicismo, da Umbanda e do Candomblé.
O umbandista espera que cerca de 600 pessoas compareçam amanhã ao ato religioso no centro de Mogi. Ele convida a todos para que participem “desse grande dia de paz, amor e fraternidade”.
Memória
A Umbanda, segundo Roberto D’Xangô, foi fundada em 15 de novembro de 1908, por meio do Caboclo das Sete Encruzilhadas, incorporado pelo medium Zélio Fernandino de Morais, que fundou a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, considerada o primeiro terreiro umbandista do Brasil, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
Trata-se de uma religião brasileira, que sintetiza vários elementos das religiões africanas e cristãs, porém sem ser definida por eles.
Formada no começo do Século XX, no Sudeste do Brasil, a partir da síntese com movimentos religiosos como o Candomblé, o Catolicismo e o Espiritismo. É considerada uma “religião brasileira por excelência” com um sincretismo que combina o Catolicismo, a tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena

FONTE: O Diário em 14/11/2019

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