No Rio, traficantes proíbem moradores de usar branco por 'remeter a candomblé e umbanda'
Terreiro destruído no Rio | Reprodução |
A escalada do racismo religioso no Rio
(Por Nelson Lima Neto e Tiago Rogero)
Quem vive em Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio, não pode andar de branco pelas ruas do bairro. É que os comandantes do tráfico na região — todos evangélicos — proíbem a cor por, na visão deles, remeter a religiões de matriz africana e ao espiritismo.
Boa parte dos casos - em franca expansão - de terrorismo contra terreiros de candomblé e umbanda do Rio, como se sabe, também tem ligação com traficantes evangélicos.
Em 14 de agosto, por exemplo, a 62ª DP, da Polícia Civil, prendeu oito suspeitos de integrar uma quadrilha que ordenou a destruição de um terreiro de candomblé no Parque Paulista, em Duque de Caxias (RJ). Em julho, eles obrigaram uma mãe de santo de 84 anos a quebrar ela mesma todos os assentamentos sagrados dos orixás.
Só entre janeiro e agosto deste ano, houve 150 ataques a terreiros no estado do Rio - a grande maioria, 92, na Baixada Fluminense -, um aumento de 120% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Agen Afro, da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.
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