Ato inter-religioso marca 70 Anos da Declaração dos Direitos Humanos




Por: Nayá Fernandes

Líderes de diferentes religiões e comunidades religiosas reuniram-se para o Ato, que foi seguido de uma manifestação artística nas escadarias da Catedral da Sé.

Segunda-feira, 10 de dezembro de 2018, marca os 70 anos da publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em São Paulo, às 15h, a Catedral da Sé acolheu um Ato Inter-religioso com líderes de diferentes religiões, seguido de uma manifestação artística na qual vários atores, representantes de grupos e movimentos leram cada um dos trinta artigos da Declaração.

O Ato foi organizado pela Frente Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz e teve a participação do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, da Igreja Católica; Sheikh Mohamad Al Bukai, da Comunidade Islâmica; Rabino Alexandre Leone, da Comunidade Judaica; Pastor Ariovaldo Ramos, da Comunidade Cristã Reformada; Cacique Adolfo Timóteo, dos Povos Indígenas Guarani; Iyá Adriana de Nanã, Religião de Matriz Africana e Monge Ryozan Sensei, do Budismo Zen. Cônego José Bizon, Assessor Eclesiástico para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-Religioso, acolheu a todos e agradeceu a presença dos líderes e de todos os que participaram do Ato, que lotou a Catedral da Sé.

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Antônio Funari, Presidente da Comissão Justiça e Paz, explicou que a Frente surgiu a partir de um pedido de mulçumanos e judeus e que veio deles a sugestão de homenagear o Cardeal Arns. “Só a união vai fazer que com avancemos no que se refere aos direitos humanos”, afirmou. A Frente Dom Paulo Evaristo Arns, da qual Funari faz parte, conta com membros de diferentes movimentos, sendo religiosos, juristas com longo histórico de combate por direitos humanos, designers, artistas, cineastas, jornalistas e profissionais de comunicação, que se propõem a aplicar as dinâmicas de difusão e mobilização e as plataformas de redes sociais, para que o movimento ganhe relevância nacional, contra todas as formas de violência.

Em sua fala, o Cardeal Scherer afirmou que a Declaração representou um enorme progresso para o reconhecimento universal da dignidade humana e de sua defesa. “Mesmo não sendo integralmente respeitados, os artigos da Declaração são a referência comum para a legislação particular dos povos. Não é possível agir em contraste com os artigos da Declaração sem que isso tenha consequências. Os países-membros da ONU e as organizações internacionais reconhecidas como legítimas têm o dever de zelar para que os direitos humanos afirmados pela Declaração sejam devidamente respeitados”, disse.


“Quero agradecer o convite para falar em nome dos povos indígenas. Sou da tribo Guarani e hoje é um dia muito importante para nós, porque estamos falando sobre os direitos da humanidade. Quero relembrar os direitos específicos dos povos indígenas, que devem ser respeitados, de acordo com a Constituição que foi promulgada em 1988. Temos direito à liberdade, a termos nossas terras, nossa tradição e nossa cultura respeitadas”, disse o Cacique Adolfo Timóteo.


Declaração

A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem 30 artigos que compõem a base de todas as leis contemporâneas que defendem os direitos essenciais de todo o ser humano, como o direito à vida, à integridade física, à livre expressão e à associação, sem qualquer distinção de raça, cor, sexo, religião ou visão política. O documento foi aprovado em 10 de dezembro de 1948 pelos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo o Brasil, três anos após o fim da 2ª Guerra Mundial.

FONTE: Site O São Paulo em 10/12/2018

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