Ataques em terreiros de umbanda preocupam autoridades em Teresina



Em Teresina estima-se que haja 410 terreiros registrados, fora aqueles sem registros, segundo o umbandista José Gualberto. A intolerância religiosa, no entanto, pode ser uma ameaça cruel ao direito assegurado para cada um. Em menos de 30 dias quatro terreiros de umbanda foram invadidos na capital, o que levanta a suspeita de que uma organização criminosa esteja realizando as depredações. Um dos terreiros chegou a ser queimado, e outros tiveram as imagens quebradas.

Na manhã desta terça-feira (11), ocorreu o lançamento do I Festival de Tambozeiro de Teresina, no Parque Lagoas do Norte. O evento, que acontece nos dias 29 e 30 de julho, e 05 e 06 de agosto, surge de uma urgente necessidade de valorizar a diversidade religiosa.

A intolerância religiosa está preocupando autoridades da capital. A diretora de um dos terreiros conta que encontrou o local bastante revirado. "Nós chegamos aqui e encontramos nossas imagens no chão, todas quebradas. A porta do templo estava quebrada, tudo revirado. Asa imagens foram misturadas, lá fora eles quebraram um vasilhame de vidro. O assalto em si eles teriam que ter levado alguma coisa, mas não levaram nada que representasse um assalto", contou.

Em três meses, segundo a diretora, foram três ataques. Em uma das ações, os criminosos chegaram a invadir o espaço das oferendas e fizeram uma verdadeira destruição.

A direção da casa resolveu colocar cadeados para garantir a proteção do espaço. Além desse caso, a Polícia Civil investiga outros três casos ocorridos em terreiros de religiões africanas.

O desafio da Delegacia de Direitos Humanos, que investiga as ocorrências, é saber se são casos isolados de furto ou atos de preconceito.

"Houve quatro invasões a terreiros de umbanda em toda a extensão da nossa cidade, bem como houve manifestão de ódio no Facebook. Então tudo isso está chamando atenção, porque podem ser crimes contra o patrimônio, como furto, ou também podem ser crimes de intolerância religiosa, como também, já que temos a previsão no Código Penal, que é o crime de destruir imagens. Porém, o contexto em que estamos vivendo é de intolerância, não só religiosa, mas também política e também outras e por isso nós estamos em estado de alerta", declarou Emir Maia, delegado de Direitos Humanos.

FONTE: Meio norte em 11/07/2017

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