Polícia apura se furtos a centros têm ligação com intolerância religiosa

A Polícia Civil investiga se furtos ocorridos recentes ocorridos em casas de umbandas e centros espíritas da Grande Cuiabá têm a ver com o crime de intolerância religiosa. A Secretaria de Estado de Segurança Púbica (Sesp-MT) colocou um delegado para apurar os casos no último mês de agosto, mas os inquéritos ainda não foram concluídos.

No bairro Coophema, o centro de umbanda já foi alvo de bandidos mais de uma vez. Numa delas, os criminosos invadiram o quarto do caseiro e furtaram equipamentos eletrônicos. A coordenação afiram que vai ter que reforçar a segurança no local.

“Nós iremos colocar cercas elétricas, iremos colocar câmeras de vídeos e alarmes contra invasão”, disse Wender Moura, presidente do Centro Espírita Nossa Lar.

A sede da obra social desse mesmo centro espírita no bairro Jardim Alá, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, também já foi saqueada várias vezes. Criminosos arrebentaram grades e roubaram comida e até o ar-condicionado. A repetição de invasões faz Moura acreditar que a intolerância religiosa esteja por trás dos furtos.

“A gente entende que, se é realmente só furto, porque está concentrado assim nos centros espíritas e nas religiões irmãs, de umbandistas, as religiões afro?", questionou.

Os furtos também são comuns num centro de umbanda e candomblé no bairro Santa Laura II, em Cuiabá. No dia 1º de agosto, o local foi queimado e invasores quebraram imagens sagradas.

“Nós investimos em material de segurança e mesmo assim entraram, levaram toda a fiação e as câmeras do alarme. Na sessão desse último sábado foram jogadas pedras. O horário da nossa sessão era noturna e passou a ser diurna devido à falta de segurança que está tendo ali no bairro”, disse Ricardo Oxogian, pai pequeno da Casa Espírita Virgem Imaculada da Conceição.

A pena para o crime de intolerância vai de um a três anos de prisão. De acordo com o delegado responsável por essas investigações, oito inquéritos iniciados neste ano ainda não foram concluídos. Como ninguém foi preso até agora, não é possível confirmar a relação dos crimes com a religião.

“O que se verifica nos terreiros é o que se verifica nas escolas públicas, em residências. Então, são muito semelhantes os casos. Então só mesmo depois de identificar os autores é que poderemos tirar uma conclusão e saber a motivação dos crimes”, disse o delegado Luciano Inácio.

Em relação ao policiamento nessas áreas, a Polícia Militar informou que mantém a regularidade nas rondas, dia e noite, nos bairros citados.

FONTE: Folha Max em 29/10/2015

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.