Mãe de santo acredita em intolerância religiosa após centro ser depredado


A mãe de santo Rejiane Varjão sofreu violência no seu centro em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás. Desde sua conversão ao candomblé, há 18 anos, sempre presenciou olhares de reprovação e ouviu ofensas por conta de sua religião, mas nunca havia sofrido tal ato. "Quebraram tudo: os santos, as imagens, e ainda levaram louça, talheres. Tive um prejuízo de cerca de R$ 30 mil. Candomblé é uma religião cara", lamentou.

A mulher relata que, por volta das 18h, uma vizinha telefonou informando que um grupo de quatro homens encapuzados estava depredando o lugar. Rejiane correu para o local com o marido, Edvaldo do Nascimento, babalorixá, e encontraram as portas e janelas arrancadas.

"Tenho esse centro há cinco anos e hoje recebemos 69 filhos, de crianças a idosos. Lembro que, tanto durante a construção como nas nossas festas, uma pessoa reclamava, falava que tínhamos que aceitar Jesus, mas não desconfiamos de ninguém. Sempre sofri agressões verbais", afirma ela, que acredita em intolerância religiosa.

De acordo com o delegado Felipe Socha, do Centro Integrado de Operações de Segurança de Santo Antônio do Descoberto (Ciops), onde o caso foi registrado, é difícil identificar os culpados sem mais detalhes. "Em três anos que estou aqui, nunca vi um caso parecido num centro de candomblé, mas vi em igreja evangélica", lembrou ele.

FONTE: SRZD em 07/08/2015

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