Intolerância religiosa motiva ato de repúdio na Pedra de Xangô, em Cajazeiras


Um ato contra a intolerância religiosa realizado, nesta quarta-feira (12), por representantes de povos de terreiros da Bahia, na Pedra de Xangô, em Cajazeiras X, em Salvador, teve a presença do secretário da Promoção da Igualdade Racial do Estado, Raimundo Nascimento. A ação foi motivada em decorrência de uma agressão à fé das religiões de matriz africana, no início deste mês, quando 200 quilos de sal foram despejados na pedra – sagrada para as religiões afros – e no seu entorno, o que, além de desrespeitar o povo de santo, causa danos ao meio ambiente.

Além disso, o monumento foi pichado e as oferendas destruídas. De acordo com secretário, a ação foi organizada pela comunidade e por entidades que tratam da religiosidade de matriz africana. “É uma resposta a este ato de intolerância que não é isolado. Vem ocorrendo em toda a Bahia. Existem diversos casos de falta de respeito. Todos têm direito ao culto, sejam evangélicos, espíritas, católicos ou do candomblé. Este é o tipo de ato que precisa ser punido pela Justiça”.

Antes do ato na pedra sagrada, o grupo de representantes dos povos de terreiros oficializou a denúncia no Centro de Referência Nelson Mandela. A ialorixá Iara de Oxum, do terreiro Ilê Tomim Kiosise Ayo, avalia que todo apoio é importante porque ajuda a reduzir a intolerância. “Já temos a recuperação do Parque de São Bartolomeu, já temos diversos terreiros tombados. os olhos da gente estão vendo estas ações”.

O tata kivonda do Unzó Usoba Matamba, de Águas Claras, Edvaldo Matos, esclareceu o caso na unidade, juntamente com outros representantes de povos de terreiros. “Por causa do ataque ao nosso símbolo sangrado, tomamos a iniciativa de buscar as autoridades públicas e relatar os detalhes para que sejam tomadas as devidas providências, como é o caso do Centro de Referência, que nos orientou”.

Texto: Secom e Sepromi
 

 Foto: Amanda Oliveira/GOVBA

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