Fiel é vítima de intolerância

Paraense recorrerá hoje à Justiça contra discriminação religiosa de condomínio do prédio onde mora, em SP
O ato tão comum entre os paraenses católicos de afixar o cartaz oficial do Círio de Nossa Senhora de Nazaré na porta de casa transformou-se em contenda judicial em um condomínio de São Paulo. O desentendimento começou quando a paraense Hellen Patrícia Lisboa Mauro, 32 anos, residente na capital paulista há três anos, colou em sua porta o cartaz que recebeu de presente de uma amiga e a síndica do prédio ordenou que o item fosse removido. Hellen e o marido, Rafael Mauro, ingressam ainda hoje com ação na Justiça acusando o condomínio e a síndica de intolerância religiosa.
Ao receber da mãe de uma amiga, que esteve em São Paulo, um cartaz oficial do Círio de Nazaré 2014, Hellen jamais imaginava a situação que o costume religioso estava prestes a gerar. “Eu estou neste prédio há seis meses. No condomínio anterior sempre preguei o cartaz e nunca tive problemas ou reclamações. Porém, um dia depois de afixar o cartaz, recebi uma ligação do zelador, informando que a síndica havia ordenado que eu retirasse o item da minha porta”, conta a moça.
Após a recusa, ela recebeu um contato da própria síndica, que alegou uma cláusula no regimento do condomínio que proíbe colar cartazes em áreas comuns do prédio. “No dia seguinte, pedimos para participar da assembleia dos condôminos e eu transformei o cartaz em um quadro, para que pudesse colocá-lo em minha porta como adorno. Entretanto, a implicância dela e do administrador do condomínio prosseguiu”, contou. O argumento então mudou e a dupla insistiu que era uma imagem religiosa e poderia ser ofensivo aos demais moradores.
“Outros vizinhos têm imagens religiosas em suas portas. Acho isso correto, pois cada um representa a sua fé. Mas eu estou sendo impedida de manifestar a minha fé, sob ameaça de multa por parte do condomínio”, desabafou Hellen. Após sua participação na assembleia, muitos vizinhos se ofereceram para ser testemunhas no processo. “Perguntei a cada um dos meus vizinhos se a imagem os incomodava e eles disseram que não. A síndica é que está implicando”, acrescentou.
No dia do primeiro contato acerca do cartaz, Hellen desabafou em sua página do Facebook. Até o fim da tarde de ontem, a postagem contava com quase dois mil compartilhamentos, e grande parte dos 427 comentários era de apoio à paraense. “Sou católica praticante e devota de Nossa Senhora de Nazaré. Eu e meu marido estamos nos sentindo discriminados”, disse a moça.

FONTE: ormnews em 30/09/2014


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