Barracão de Candomblé é incendiado na Baixada
Mãe de santo Conceição de Lissá contou ao Estadão que este é o sexto atentado contra o local nos últimos seis anos. “Queremos que o Estado se manifeste de maneira efetiva contra a intolerância religiosa e o racismo porque, quando o caso acontece em um estádio de futebol, todo mundo vê, mas, quando é na nossa casa, ninguém olha”
Localizado no bairro Jardim Vale do Sol, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o barracão de candomblé de mãe Conceição de Lissá passou pelo sexto atentado nos últimos seis anos, como mostra matéria de Thaisse Constancio publicada pelo Estadão. O segundo andar da construção foi incendiado na noite do último dia 26 e a líder espiritual afirma que há cunho religioso nos ataques. O incêndio foi registrado na 62ª Delegacia de Polícia como intolerância religiosa. “Não sobrou nada, foi uma perda inestimável. Estou me sentindo como se fosse uma mulher estuprada, me pergunto o que fiz de errado para isso acontecer”, lamentou mãe Conceição ao Estadão. “Queremos que o Estado se manifeste de maneira efetiva contra a intolerância religiosa e o racismo porque, quando o caso acontece em um estádio de futebol, todo mundo vê, mas, quando é na nossa casa, ninguém olha”. A mãe de santo e a família moram há sete anos no Jardim Vale do Sol, apesar de o barracão funcionar há 13 anos no bairro. O carro do filho de santo de Conceição, Leonardo Duran, foi incendiado há um mês na porta do barracão. Na ocasião, também atiraram na casa e no barracão, que fica na mesma rua.
Matéria do jornal O Globo, assinada por Dandara Tinoco, relata, além do caso de mãe Conceição, o de Fábio Oliveira, que frequenta o Ilê Axé Oxum. “Compramos um terreno em uma comunidade em Campo Grande para erguer um barracão. Na semana seguinte, fomos informados de que o tráfico local não queria ‘macumbeiros’ ali. Tivemos de desistir do espaço”, contou à reportagem dO Globo. O caso foi denunciado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O grupo de Oliveira hoje se reúne com frequência no Parque Ecológico dos Orixás, em Magé.
FONTE: Brasil 247 em 11/08/2014
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