Grupos de matriz africana lançam campanha contra intolerância em AL

Representantes de casas de santo participaram de audiência com o MPE. Encontro aconteceu em um terreiro no bairro do Benedito Bentes.

Comunidades tradicionais de matriz africana de Alagoas lançaram, na manhã desta terça-feira (16), uma campanha contra a intolerância religiosa no estado. O lançamento aconteceu durante uma audiência promovida pelo Ministério Público Estadual (MPE) no terreiro Ilê Axé Legionirê Nitó Xoroquê, localizado no complexo Benedito Bentes II, em Maceió.

Segundo os religiosos, em Maceió existem cerca de 800 casas de santo que estão unidas na campanha “Respeite! Eu sou do axé”, que pretende distribuir adesivos com a frase para serem colocados em veículos.

“Estamos lançando a campanha para que haja mais respeito as religiões de matriz africana. Infelizmente, ainda existe muita discriminação com as comunidades. Não incomodamos ninguém e só pedimos que aceitem e repeitem nossa escolha religiosa”, ressaltou o babalorixá Célio Silva.

O encontro foi proposto pela 61ª Promotoria de Justiça da Capital que, entre outras atribuições, busca promover políticas públicas de respeito à diversidade religiosa no estado. Durante a audiência, o promotor Flávio Gomes da Costa destacou a importância de uma cultura de "paz e tolerância". Ele disse que o MPE decidiu que o encontro fosse feito na própria comunidade para mostrar que o órgão está atento às questões voltadas ao combate à intolerância.

“Os líderes dessas religiões terão mais apoio em sua defesa dentro do Ministério Público. Antes, eles que nos procurávamos, mas, desta vez, viemos até a comunidade para ouvir quais os problemas ainda precisam ser enfrentados”, enfatizou o promotor.

As lideranças que participaram da audiência comemoraram a iniciativa do MPE. Para o babalorixá Pai Manoel do Xoroquê, ações como essa são importantes para mostrar que as religiões de matriz africana têm o apoio dos órgãos públicos. “Esse é um momento histórico para as comunidades em Alagoas”, destacou.

A representante da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Mônica Carvalho, chamou a atenção para a importância de que haja mais políticas públicas para diminuir a intolerância religiosa. “As casas de axé conseguem se unir para mostrar que não existe diferênça e é isso precisa ser passado a todos”, ressaltou.

FONTE: Portal G1 em 16/04/2013

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