1º Encontro Inter-Religioso


Colaboração: Paulo Dantas - Chefe do Núcleo de Saúde

O palco escolhido para o 1º Encontro Inter Religioso, organizado pela Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial, foi o Centro de Convivência do Idoso, no Recanto das Emas.

Apoiaram o evento, a Administração Regional do Recanto das Emas, a Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, a Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil – ANNEB, a Arquidiocese de Brasília, o Conselho de Defesa de Direitos de Negras e Negros do DF, além dos participantes, Sernegro, Cia Teatral H2O, Aruremas Associação Recreativa Desportiva e Cultural Unidos do Recanto das Emas, Associação de Arte e Cultura e a Associação de Mulheres Artesãs e de Economia Solidária.

Na mesa, a composição foi feita pelo secretário da SEPIR-DF Viridiano Custódio, o Deputado Distrital Cláudio Abrantes, o Pastor Wilson Barbosa, o Pai Alexandre de Oxalá, a Pastora Waldiceia de Moraes Teixeira da Silva, o Padre Daniel Higino e Elson Martins.

Durante todo o encontro a questão da intolerância religiosa foi discutida pelos participantes.

O dia 21 de janeiro foi escolhido para a abertura dos encontros nas Regiões Administrativas, por ser a data de comemoração do Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa.

Já na saudação inicial, o secretário da SEPIR-DF fez um breve relato da história da luta pela igualdade racial e contra a intolerância religiosa; falou da importância das religiões viverem pacificamente, “afinal, todas têm como principal objetivo, a busca pela paz”. Viridiano citou ainda a legislação, ressaltando a Constituição Federal, que em seu artigo 5º, traz a igualdade de todos perante a lei, como princípio: “sem distinção de qualquer natureza, onde é garantido aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e a propriedade”. Ainda no parágrafo VI do mesmo artigo, podemos encontrar o texto que diz: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”.

Presente na composição da mesa, o Padre Daniel Higino, que trabalha atualmente com catadores de material reciclável no DF, fez uma reflexão sobre a intolerância religiosa associada ao racismo. Padre Higino falou sobre o entendimento que deve ser mantido, de que toda religião é boa, pois trata de amor, caridade, solidariedade, bem e respeito, e afirmou que “a intolerância religiosa é um escândalo que deve ser superado”. Padre Higino fez um convite a todos, para que vivam em paz, amor e misericórdia.

A pastora Waldiceia de Moraes da Silva lembrou que País laico, não é um País que não reconhece a religião do povo e, sim, o que não tem religião oficial. A pastora falou sobre o marco legal internacional, que é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela resolução 217 da Assembleia Geral das Nações Unidas em, 10 de dezembro de 1948: “Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada e coletivamente, em público ou em particular”. Ao final de sua participação, na abertura da mesa, a pastora Waldiceia citou Martin Luther King, “ Todo cristão que aceita cegamente as opiniões da maioria e segue, por medo ou timidez, o caminho da convivência ou da aprovação social torna-se mentalmente e espiritualmente um escravo”.

Para o Pai Alexandre de Oxalá, “a grande questão que gera a intolerância é o desconhecimento da religiosidade”.

Também presente, o Deputado Distrital Claudio Abrantes, que “o momento é importante não apenas para combater a intolerância religiosa, mas para combater todo e qualquer tipo de discriminação”.

Após a abertura do encontro, os convidados e os participantes puderam levantar as questões quanto à intolerância. Os principais pontos destacados foram: a intolerância religiosa, a ação da Agência de Fiscalização junto aos terreiros, além da necessidade de se convidar outros órgãos para a composição de futuros encontros, como o Ministério Público, a Procuradoria Pública do DF e a própria AGEFIS.

O próximo encontro acerca dessa temática deve acontecer na Região Administrativa de Ceilândia.

 FONTE: Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial em 30/01/2013

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