Observatório monitora construção da intolerância religiosa

Enquanto de um lado a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) se organiza para lidar com a diversidade religiosa na sua programação, de outro a sociedade civil cria os seus mecanismos para o monitoramento da mídia em relação ao respeito às diversas crenças e práticas religiosas. O Observatório de Mídia e Religiosidade é uma iniciativa surgida em Pernambuco visando a observação, consolidação e interpretação de dados sobre o papel da mídia na construção (ou desconstrução) de uma sociedade que tenha assegurados seus direitos de culto e expressão das religiões, conforme assegura a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Para Ronaldo Eli, jornalista colaborador do Observatório de Mídia e Religiosidade, a intolerância religiosa é um “perigoso discurso acerca da superioridade de determinadas religiões” e que no Brasil, ao longo de sua história, tem sido permanente, principalmente contra as práticas de “matrizes afro-indígenas”. “Concentrada nas mãos de poucos, ligada às tradições mais elitistas de nossa história, e submetida ao poder econômico, veículos de comunicação reproduzem o discurso intolerante e o reforçam, além de negar espaço para a exposição positiva dessas culturas ancestrais que marcam definitivamente aspectos fundamentais das culturas no país”, afirma.
Em junho de 2012, ao mesmo tempo em que a EBC criava sua Faixa da Diversidade Religiosa, Mãe Beth de Oxum, matriarca do Ilê Axé Oxum Karê, entregou à Ouvidoria Geral da Presidência da República relatos acerca do desrespeito à religiosidade de matriz africana e indígena em Pernambuco. O órgão solicitou, então, a produção de um relatório dos principais casos. Constatou-se, a partir desse trabalho, o papel preponderante da mídia na potencialização da intolerância religiosa, o que levou à idealização de um instrumento que cumprisse o papel que se propõe hoje o Observatório de Mídia e Religiosidade.

Observatório de Mídia e Religiosidade busca produzir e disseminar informações e opiniões sobre o tema, ao mesmo tempo em que realiza ações formativas e informativas.
Para conhecer um pouco mais, basta acessar o site do Observatório de Mídia e Religiosidade.


FONTE: Observatório do Direito a Comunicação em 04/12/2012

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