Líder de liberdade religiosa alerta para crescente intolerância
Líderes religiosos, profissionais do direito e integrantes de órgãos
do Governo entenderam um pouco mais do painel mundial sobre liberdade
religiosa. Na quinta-feira, 29, o auditório da IESB, em Brasília, foi
palco de palavras que reafirmaram a importância de toda a sociedade
cooperar para fortalecer o direito de cada um ter ou não uma crença.
O secretário-geral da Associação Internacional de Liberdade Religiosa
(IRLA) e convidado especial do Fórum de Liberdade Religiosa, o francês
John Graz, ressaltou que a liberdade de expressão religiosa diminui em
alguns lugares do mundo. “Hoje pelo menos 70% da população vive em
países com séria restrição religiosa. Os dados mostram que 11 países são
totalmente contrários a esses direitos”, afirmou Graz, que percorre
todos os continentes e na próxima semana vai até a China para dialogar
com o governo local. O secretário-geral da IRLA salientou, ainda, que
uma das principais lutas da Associação é de defender a separação entre
religião e poder político, pois isso garante respeito aos direitos. Graz
aproveitou a ocasião para pedir um posicionamento do governo brasileiro
mais firme contra a intolerância religiosa em outros países,
principalmente nas discussões que ocorrem na Organização das Nações
Unidas (ONU).
Outro destaque do Fórum foi a palestra do advogado Luigi Braga,
diretor jurídico para a sede adventista responsável por oito países
sul-americanos. Braga ressaltou que a legislação brasileira garante não
apenas a liberdade religiosa, como também alternativas para quem se
sentir ofendido em suas crenças. Ele elogiou os dispositivos legais
existentes que permitem a pessoas de diferentes crenças religiosas,
filosóficas ou políticas de viverem em harmonia uns com os outros.
Governo do Brasil - Representante da Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República, João Alves de Souza
Júnior, disse que o governo brasileiro abriu um canal de denúncias
contra discriminação religiosa e outras ameaças aos direitos humanos de
forma geral. O telefone 100 é citado por Souza como um instrumento
importante para corrigir abusos. Ele assegurou que o governo tem
monitorado possíveis violações a partir do próprio registro de boletim
de ocorrência policial. No documento, está sendo exigido que os
policiais incluam alguma menção a qualquer indício de crime motivado por
intolerância contra gênero, religião ou etnia.
O pastor Erton Köhler, líder sul-americano adventista, também marcou
presença no evento e destacou a importância do respeito entre todos para
que a liberdade de crença seja concreta. O pastor Edson Rosa,
coordenador do Fórum, acrescentou que a realização de eventos como esse
ajuda a conscientizar a sociedade da importância de tolerância entre as
diferentes maneiras de se cultuar. Em maio do próximo ano, será
realizado um grande festival na cidade de São Paulo como forma de
agradecimento pelo fato de o Brasil respeitar a liberdade de expressão
religiosa.
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