Entidades protestam e acusam prefeitura de intolerância religiosa
Um grupo de representantes de entidades religiosas, do movimento negro e outras instituições realizou um ato público na tarde desta segunda-feira, 3, no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro, em protesto contra a determinação da Prefeitura de Maceió em limitar o horário e o espaço das manifestações das religiões de matrizes africanas no próximo dia 8 de dezembro, Dia de Nossa Senhora da Conceição ou Iemanjá.
Benedito Jorge, da Pastoral Negra da Igreja Batista do Pinheiro afirmou que, embora no dia 8 de dezembro seja comemorado o Dia de Iemanjá, infelizmente, por intolerância religiosa, sempre há o confronto entre as religiões do cristianismo e as de matrizes africanas. “Não tem nada a ver a prefeitura instituir um show evangélico no dia 8. Com isso, a prefeitura coloca a comunidade evangélica em confronto com a comunidade afro”, lamentou.
O pai de santo Paulo Silva, presidente da Federação das Matrizes Africanas resumiu o desejo do grupo: “Só queremos um espaço para reverenciar o nosso culto. Não vemos nada demais nisso”, afirmou, lembrando que esse é o segundo ano consecutivo que, pelas mesmas razões, a Prefeitura de Maceió entra em confronto com representantes das religiões de matrizes africanas.
SMCCU nega intolerância
No final da tarde, a Prefeitura, por meio da SMCCU divulgou uma Nota à imprensa esclarecendo que nunca houve a intenção de discriminar, de nenhuma forma, os praticantes das religiões de matriz africana e repudiando qualquer tipo de intolerância religiosa.
Segundo a SMCCU, o propósito das determinações da Prefeitura é o de organizar as festividades na orla marítima de Maceió, garantindo a preservação do patrimônio público, a liberdade e a segurança de todos os cidadãos.
Ainda de acordo com a Nota, no dia 26 de novembro foi marcada uma reunião entre a SMCCU, o Ministério Público Estadual e os representantes dos grupos religiosos para que fosse firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre as partes, mas, não houve o comparecimento dos líderes religiosos, o que impossibilitou um acordo.
De acordo com informações da SMCCU, em novembro do ano passado, houve uma reunião entre os representantes religiosos e diversos órgãos da administração municipal, onde ficaram acordados as normas e horários das manifestações na orla.
"A preocupação da SMCCU e todos os órgãos da Prefeitura é o de manter a ordem e o bem-estar social, proporcionando espaço para todos os cidadãos, sejam eles praticantes das religiões de matriz africana ou não", encerra a nota.
FONTE: Alagoas 24 Horas em 03/12/2012
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