Representantes de várias religiões unidos contra a intolerância religiosa

No dia de Yemanjá, 2 de fevereiro, quem ganhou um presente foi o Rio de Janeiro. Isso porque a cidade tem a partir desta data, um Grupo de Trabalho de Enfrentamento à Intolerância e Discriminação Religiosa e Promoção dos Direitos Humanos. A instalação do GT aconteceu na sede da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, no centro do Rio. Entre os segmentos participantes do Grupo de Trabalho compareceram ao evento, que reuniu cerca de 300 pessoas, religiosos do Candomblé, Umbanda, Neopentecostal, Católico, Islâmico, Cigano, Indígenas, Bahá’í, Maçom, Kardecista, Hare Krishna, Católico Ortodoxo, Judaico, Messiânico, Budista e Protestante, que tomaram posse junto com os outros 16 representantes do poder público, OAB, do Conselho Regional de Serviço Social, de organizações de Direitos Humanos e outros membros convidados. Cláudio Nascimento, superintendente de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos e coordenador do Grupo de Trabalho, falou sobre a importância da criação do GT  e seus desafios.
“Não será um trabalho fácil, porque a gente está lidando com a diversidade, com a diferença, mas a diferença como exercício da construção de uma singularidade, da construção de uma agenda pública, da construção de uma civilização cada vez mais humana e capaz de reconhecer a singularidade de cada um e não ver a diversidade como motivo de geração de conflito e sim como possibilidade de aprofundamento das riquezas do nosso país”, destacou Cláudio Nascimento. No mesmo evento, o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, anunciou a implantação de um Centro de Referência de Enfrentamento à Intolerância e Discriminação Religiosa até o fim do primeiro semestre de 2012.
A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, colocou agentes da polícia à disposição para ajudarem o GT:
“Essa é uma grande missão de todo Estado, a Polícia Civil está à disposição da sociedade para combater a intolerância religiosa. É um momento muito importante para a paz no Rio, as pessoas que integram esse grupo de trabalho dão exemplo e nos ensinam a amar e respeitar o próximo”, afirmou a delegada.
Mãe Beata de Yemanjá, mãe de santo do Candomblé, escritora e ativista envolvida em várias causas, presidente do Instituto de Desenvolvimento Cultural, também falou da importância da instalação do GT:
“Hoje temos o direitos de falar, nossos antepassados não podiam discutir essas questões e eu estou aqui falando para os minhas irmãs e irmãos de todos os credos. Nós temos o direitos de profetizar a nossa fé e queremos respeito. A fé não se compra, não se vende, não se impõe, ela está dentro dos nossos corações e temos que seguir sem desrespeitar o outro” – finalizou Mãe Beata.
Marga Janete Stroher, coordenadora Geral de Diversidade Religiosa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, destacou o ineditismo da medida adotado pelo Rio de Janeiro em prol do combate à intolerância religiosa.
“O Rio está fazendo uma caminhada de um protagonismo muito interessante no país. As religiões tem feito uma caminhada de diálogo religioso, de ecumenismo, mas nós não temos grandes experiências das religiões se unirem para ações de políticas públicas”, destacou Marga.

FONTE: AfroReggae em 04/02/2012

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