Promotoria contra intolerância religiosa será instalada em 40 dias

por Emanuelle Oliveira

Em pleno ano do centenário do “Quebra de Xangô”, ocorrido no dia 2 de fevereiro de 1912, o Ministério Público (MP) deve instalar em 40 dias, a Promotoria de Repressão ao Preconceito Racial e à Intolerância Religiosa em Alagoas, após manifestações de religiosas devido a limitações impostas pela prefeitura de Maceió para as comemorações feitas a Iemanjá, no dia 8 de dezembro, que acontecem na Pajuçara.

O promotor Sérgio Jucá, que está à frente dos estudos para criação da promotoria, explicou ao Cadaminuto que será necessário realizar uma alteração na estrutura do MP, que segundo ele, além de ser o guardião da sociedade e defensor do povo, tem várias atribuições previstas pela Constituição Federal (CEF), entre elas, o combate à violência e à criminalidade.

“Seremos o segundo estado brasileiro a criar essa promotoria, que já existe na Bahia. O objetivo é reprimir a intolerância. O procurador-geral do MP sentiu a necessidade de criar essa promotoria para combater tanto o preconceito racial quanto a intolerância, em razão do aumento no número de casos. Esse é um tipo de criminalidade e vai ser punida”, esclareceu o promotor.

Pedido de perdão

Ele ressaltou a importância do pedido de perdão feito pelo governador Teotônio Vilela aos afrodescendentes, que ocorreu nesta segunda, durante a solenidade de abertura do projeto “Xangô Rezado Alto”, na praça dos Martírios. Jucá lembrou que a CF assegura a liberdade de credo.

Foi um gesto magnífico do governador. A destruição dos terreiros aconteceu tanto em Maceió quanto em outros municípios, como Marechal Deodoro e Anadia, por isso esse ato do Poder Executivo é simbólico. Vamos combater severamente qualquer tipo de preconceito”, destacou.

FONTE: Cada Minuto em 02/02/2012