A invasão no Alto da Grota Funda parece que está consolidada
Aparentemente
os invasores do Parque Estadual da Pedra branca no Alto da Serra da Grota Funda
à beira da Avenida das Américas, enfrentando a justiça e toda a autoridade do
município está se consolidando e tomando forma.
Hoje já
conhecemos a história que não conhecíamos na época em que iniciou a invasão, em
abril de 2011. Alguns homens desconhecidos chegaram com várias picapes
transportando materiais e uma retroescavadeira, derrubando árvores, aplainando
o terreno e construindo uma rua de acesso ao interior do parque. Na época
recebemos correspondência do CEPAG - Centro de Estudos, Pesquisas e Ações de
Guaratiba, chamando a atenção para o problema e informando que teriam
solicitado ao INEA e a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva - Proteção do
Meio Ambiente do Ministério Público através dos ofícios números 29/11 e 30/11,
providências para a verificação da legalidade das obras que estavam sendo
realizadas naquele local, evidentemente contrariando as portarias e leis
municipais. Leia aqui a matéria
publicada pelo Portal Guaratiba em maio do ano passado (2011). Esse processo aparentemente não
deu em nada e a invasão continuou.
O tempo
passou e a construção rústica foi sendo pintada, terminada e finalmente
ocupada. Um vai e vem de carros transportava materiais para a construção que a
essa altura recebia anexos e lonas, crescendo em varandas e outras instalações.
A luz instalada já dava ares de anterioridade e permanência, enfim consolidando
aquele que seria o início de mais uma comunidade irregular no Rio de Janeiro. E
as autoridades municipais emudeceram e se retraíram diante de tamanha coragem
dos invasores.
O Sr.
José Bandeira da Costa, assessor do Sr. Salomão Pedregal, administrador da XXVI
Região Administrativa de Guaratiba, esteve no local e nos informou tratar-se de
um antigo terreiro de cultura afro-brasileira que durante muito tempo
interrompeu as obras da Transoeste no Recreio dos Bandeirantes e que ao serem
desalojados pela justiça recorreram ao expediente de transportar seu templo
religioso com todas as imagens e apetrechos para aquele local.
Na mesma
ocasião fomos informados pela Vereadora Nereide Pedregal que através de seu
gabinete formalizou um processo informando detalhes da invasão ao Sr. Prefeito
Eduardo Paes, que de imediato determinou por despacho ao Sr. Edmar Teixeira,
Sub Prefeito da Zona Oeste que tomasse as providências necessárias para
retirada dos invasores.
Segundo
fomos informados pelo Sr. Edmar Teixeira, quando esteve no local com suas
equipes para remover os invasores e cumprir aquilo que foi determinado pelo
prefeito, encontrou o salão da referida construção com muitas crianças, o que
fez com que recuasse temendo infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente,
assegurando, no entanto que estaria tomando providências junto ao Conselho
Tutelar da região para resolver o problema.
A
população de Guaratiba vem olhando com desconfiança essa invasão e temendo que
naquele local comece a florescer uma nova favela. Possivelmente apoiados em
argumentos de intolerância religiosa, esses homens usavam do artifício em juízo
para construir um arcabouço jurídico que produzia liminares que impediam a
construção da obra no Recreio, poderão da mesma forma ali permanecer na margem
da avenida a despeito da proibição da lei e da sua própria ética religiosa.
FONTE: Portal
Guaratiba em 22/02/2012
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