Bloco afro leva os temas da diversidade e da tolerância religiosa às ruas
"Tolerância e Respeito", esse é o lema do bloco afro Asé Dudu, que se apresentou
hoje (20) no centro de Taguatinga, cidade satélite a
cerca de 15 quilômetros de Brasília. O bloco traz na batida, nos instrumentos,
nas roupas e no ritual, a alma da cultura negra. Em ritmo de Ijexá e outros
ritmos de terreiros, a banda do bloco tocou várias canções com referência nas
religiões de matrizes africanas.
"Nossas canções evocam o respeito à diversidade. Nosso bloco é um instrumento de luta contra a intolerância com todas as suas faces", explicou o fotógrafo Ogan Luiz Alvez, um dos fundadores da agremiação. "Não dá para se combater a intolerância racial sem que, ao mesmo tempo, a gente combata a intolerância religiosa, as posturas sexistas, a questão da homofobia. Isso passa pela questão da indivisibilidade dos direitos humanos e é isso que a gente procura defender", completou.
O Asé Dudu foi formado em 1986 por jornalistas negros e
começou saindo atrás do Pacotão, no Plano Piloto."Muitos
jornalistas negros sentiram que não tinham a cultura negra representada por
nenhum bloco e decidiram formar o Asé Dudu, que, na língua ioruba, significa
poder negro", explicou Alvez.
Mais tarde, como forma de
afirmar a cultura negra como
base do bloco, os integrantes decidiram levar a agremiação para Taguatinga, que
acabou ficando vinculada ao Terreiro de Candomblé São Francisco de Assis. "A
gente percebeu que a cultura negra que tanto queríamos afirmar estava preservada
dentro dos terreiros. Se hoje se come acarajé, é porque seus segredos foram
preservados pelas comunidades tradicionais dos terreiros. Se hoje se come abará,
da mesma forma", disse o fundador do bloco.
Com a
vinculação à comunidade, o bloco passou a desenvolver outros projetos que vão
além do carnaval. Entre os projetos desenvolvidos, está o de atender pedidos de
escolas por palestras do grupo sobre a questão racial e religiosa. "O carnaval
virou um detalhe. Desenvolvemos o projeto Zumbi nas
Escolas, muito solicitado tanto pela rede pública, quanto por escolas privadas.
Com informação, a gente percebe que o preconceito vai morrendo", explicou a
presidenta do bloco, Elizabete Cintra, que é maestrina da banda.
"Nossas canções evocam o respeito à diversidade. Nosso bloco é um instrumento de luta contra a intolerância com todas as suas faces", explicou o fotógrafo Ogan Luiz Alvez, um dos fundadores da agremiação. "Não dá para se combater a intolerância racial sem que, ao mesmo tempo, a gente combata a intolerância religiosa, as posturas sexistas, a questão da homofobia. Isso passa pela questão da indivisibilidade dos direitos humanos e é isso que a gente procura defender", completou.
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