A Umbanda na educação das crianças

Não existe mais uma religião oficial no Brasil, mas essa condição de país laico não parece não ter sido bem entendida por alguns irmãos Umbandistas, os quais pretendem que a Umbanda seja, em algum um dia, a religião oficial do país. Ora, se já conseguimos a partir da democratização dos costumes que não sejamos obrigados a reconhecer como oficial uma religião que não é a nossa, porque deveríamos obrigar a irmãos de outras religiões aceitar a Umbanda como religião oficial?

A democratização coloca a todos numa mesma linha sem que qualquer um sobreponha-se aos demais apenas por indícios sociais, mas traz obrigações, principalmente, aquelas em que a tolerância deve se fazer presente para aceitarmos como verdadeiras e capazes as doutrinas que não são as nossas.

A democratização se traz deveres também nos traz direitos, pois, já que não existem melhores nem piores, todos serão tratados igualmente e assim surge a oportunidade de envolvermos desde cedo as nossas crianças no trato da religião, via influência cultural.

Um grande número de escolas pratica algum tipo de ensino religioso, a maior parte, entretanto, diz não se prender a nenhuma filosofia ou doutrina específica, atendo-se apenas mostrar às crianças uma cultura religiosa genérica. Mas esta "generalidade" se fixa à figura do Deus cristão e aos Santos, seus assessores mais diretos. Apresenta a figura singela de Maria, como mãe de Jesus, o filho de Deus, além de falar dos anjos, arcanjos, hóstias, etc...

Nota-se de imediato a influência católica, evidenciando que a maioria ainda aceita o catolicismo como "generalidade religiosa". Estas considerações, com exceção do próprio Deus, não se repetem nas escolas de ensino evangélico haja vista que não consideram os santos com a mesma propriedade dos católicos, assim como, não se alinham a anjos ou hóstias.

Mas e os filhos de Umbandistas, não poderiam da mesma forma, nas aulas religiosas conhecerem os ícones sagrados das religiões de suas famílias, tais como: Olodumaré, Zambi, Ogum, Iansã, Omolu, Obaluayê, ou seja, os Orixás ou mesmo nossos ícones espirituais mais conhecidos, como Caboclos, Pretos-Velhos e Exus?
Da mesma forma que a eles são impingidos o ensino "genérico" de outras crenças, não poderia ser aplicado o ensino "genérico" de nossas crenças?

Filhos de famílias Umbandistas ou Candomblecistas são tão importantes quanto quaisquer outros no que concerne ao que lhes é dirigido de educação espiritual ou religiosa.

Uma educação religiosa Umbandista nas escolas modificaria e melhoraria o desenvolvimento social de nossas crianças porque a Umbanda é uma religião que prima pela caridade e auxilio aos mais necessitados, assim como desenvolvimento pessoal, ainda que no caráter espiritual, e por isso sua aplicação, não apenas como um ensino religioso, mas, como um apoio de educação social, poderia dar às nossas crianças uma nova visão sobre convivência pacifica, educação e inclusão social com os demais grupos religiosos que convivem, criando também naqueles o mesmo efeito, ou seja: Uma nova possibilidade de integração em função de um aprendizado tolerante com as diferenças culturais e religiosas, através de um convívio salutar, em tenra idade, com filosofias diferentes.

Que Oxalá abençoe a todos!
Abraços,
Solo!

FONTE: SRZD Fé em 28/01/2009

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