Entidade pede apuração de assassinatos de pais-de-santo

Mesmo que a Constituição federal garanta a liberdade religiosa no país desde 1946, o que se vê é desconhecimento e preconceito acerca das crenças afro-brasileiras, num país que preza a diversidade, mas não respeita as diferenças, queixou-se líder religioso.

“O culto do candomblé e umbanda é associado ainda com ações diabólicas por pessoas que não têm conhecimento acerca dessas religiões e estão embasadas em ideias preconceituosas e sem fundamentos”, argumentou o coordenador geral da Comunidade Tradicional de Terreiro da Cidade de Manaus (Carma), Alberto Jorge Rodrigues da Silva, em correspondência remetida ao ouvidor da Câmara dos Deputados, Miguel Corrêa, pedindo apuração dos crimes.

Alberto Jorge também lamentou o tratamento sensacionalista, intolerante, racista e homofóbico que a imprensa deu aos casos. As vítimas foram apresentadas como “macumbeiros e gays”, fato que os levou a cair na espiral do silêncio da justiça. “Até hoje não se tem notícias dos assassinos nem dos processos”, arrolou o coordenador do Carma.

Alberto Jorge chamou a atenção, na correspondência, para a “tênue diferença entre os crimes de homofobia e intolerância religiosa”. Alertou para incentivos diretos e indiretos aos vários tipos de intolerância, destacando a pregação de igrejas neopentecostais.

Morreram, no período, o pai-de-santo Alberto Cecigenan, 83 anos, em março; Marcelo Santo Aguiar, 44 anos, em maio; João Gomes da Silva Neto, 48 anos, em Manaus, e Luís Mário de Brito, 37 anos, em Recife, ambos em junho.

FONTE: Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação (ALC) em 28/07/2011

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