Em Salvador, ‘pai de santo’ acusa guardas municipais de HOMOFOBIA

Babalorixá diz que agressão aconteceu no domingo (21) na Estação Pirajá.
Ele registrou ocorrência na 10ª Delegacia, no bairro de Pau da Lima.

Um pai de santo de Salvador diz ter sido espancado por quatro guardas municipais porque disse a eles que é homossexual. A agressão aconteceu no domingo (21) em um banheiro da Estação de Transbordo de Pirajá, uma das mais movimentadas da capital baiana. Segundo o Grupo Gay da Bahia, o estado lidera o ranking de assassinatos a LGBTs no Brasil. Em 2010, foram 29 em toda Bahia.

O babalorixá agredido tem 33 anos e prefere não se identificar. Ele registrou ocorrência contra os guardas municipais na 10ª Delegacia, no bairro de Pau da Lima, em Salvador, e fez exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Segundo o pai de santo, ele foi ao banheiro da Estação de Transbordo na companhia de um amigo. O babalorixá conta que cerca de oito pessoas estavam no local e que, quando já estava usando o sanitário, ouviu os guardas falando com ele e batendo na porta.

“Só ouvi uma palavra de cima: ‘bora, bora, bora, aqui não é lugar disso’. Eu estava no vaso, eles [os guardas municipais] estavam batendo na porta e me forçaram a abrir a porta”, relata.

A vítima contou que um dos suspeitos da agressão perguntou o que ele estava fazendo dentro do banheiro e se ele era gay. “Eu tive que mostrar a ele que eu estava com a roupa abaixo da cintura para ele ver que eu estava no sanitário, mas ele não me respeitou. Perguntou quem eu era e se eu era veado. Eu disse a ele que eu sou e foi a hora que eu fiquei de costas e ele me agrediu com palavra e com porrada”, conta.

De acordo com o pai de santo, ele foi agredido nas costas e só não apanhou no rosto porque usou a mão para se proteger das agressões. “Eles me jogaram para fora do banheiro e todo mundo me viu praticamente nu, vestindo a roupa do lado de fora. Todos que passam por isso que eu passei, eu acho que tem procurar o seu direito para que [os agressores] não fiquem impunes”, finaliza.

A Guarda Municipal de Salvador informou em nota que assim que soube da denúncia de agressão, os guardas que estariam envolvidos na ação foram afastados de suas atividades. A nota diz ainda que uma comissão foi designada para acompanhar o caso e que um processo foi aberto para apuração dos fatos.

FONTE: Quebrando Tabus em 31/08/2011

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