Incêndio na Casa Ylê Axé Oyá Bagan



O terreiro Ylê Axé Oyá Bagan, localizado em Núcleo Rural Córrego Tamanduá, no Paranoá, foi incendiado por volta das 5h do dia 27 de novembro de 2015. A Yalorixá Mãe Baiana de Oyá, acordou assustada com os estalos produzidos pelo fogo que, rapidamente, destruiu o Barracão. O Terreiro estava em obras, de modo que no local exato do incêndio, não havia pessoas dormindo, muito menos, velas acesas. Dias antes, um carro ômega azul “estranho” rondava o local que fica bem afastado de vizinhanças.

Este é o mais recente caso de ataque a terreiros na região do Distrito Federal e Entorno. Mais dois terrreiros foram atacados, em setembro, um em Santo Antônio do Descoberto (GO), outro em Águas Lindas de Goiás. Ambos foram incendiados, sendo que o primeiro foi atacado duas vezes.

“Vou continuar lutando pelo meu povo, pelos meus ancestrais e contra a intolerância religiosa. Eu tenho a minha espiritualidade e a minha crença a dar, e aqui ela vai continuar”, disse Mãe Baiana, visivelmente transtornada ao ver o local destruído.

A Polícia Civil foi acionada e investiga o caso. Segundo o delegado-chefe da 6ª DP (Paranoá), Marcelo Portela, ainda não é possível dizer se o incêndio foi criminoso, praticado por grupos que praticam a intolerância religiosa. Porém, para preservar as provas de um suposto incêndio de natureza criminosa, ele agilizou o início das investigações. Representantes da Secretaria de Políticas promoção da Igualdade Racial da Presidência da República e da Fundação Cultural Palmares também estiveram no local e vão acompanhar as investigações.

"Quando, em outros países, se incendeiam igrejas cristãs e cristãos são degolados, entendemos que isso é inaceitável. Aqui no Entorno os mesmos atos de intolerância religiosa são praticados contra templos de religião de matriz africana. Os recentes atentados terroristas na França possuem a mesma raiz de intolerância religiosa. Não podemos admitir que a intolerância vença a democracia", diz o coordenador do NED e promotor de Justiça Thiago Pierobom.

O que está errado
A comunidade dos religiosos afro-brasileiros sente falta de apoio em relação a casos flagrantes de intolerância religiosa e violência.

Os direitos da Casa Ylê Axé Oyá Bagan foram violados

A liberdade de praticar sua crença e sua religião



FONTE: Alyne em defesa das mulheres negras

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.