Incêndio em terreiro provoca discussão sobre intolerância religiosa

O incêndio que consumiu o terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá, repercutiu hoje (01) no plenário da Câmara Legislativa. O terreiro, conhecido como Casa da Mãe Baiana, pegou fogo na madrugada da última sexta-feira e há indícios de que se trata de incêndio criminoso. Logo após o ocorrido, o governador Rodrigo Rollemberg anunciou a criação de uma delegacia de combate à intolerância religiosa.

O deputado Cláudio Abrantes (REDE) trouxe o tema à discussão na sessão ordinária. "Já é a 13ª vez que isso acontece na região do DF e Entorno. Não podemos admitir essa selvageria de se queimar templos. O Estado brasileiro garante liberdade de expressão da fé e temos que respeitar isso", condenou. No entanto, Cláudio Abrantes, que é oriundo da Polícia Civil, não acredita na criação da nova delegacia. "Duvido que seja criada, pois não há efetivo suficiente. Hoje corremos o risco, isso sim, de fechamento de delegacias", alertou.

O deputado Wasny de Roure (PT) também se disse preocupado com a situação dos terreiros de matriz religiosa africana, mas ponderou que outras religiões também sofrem dificuldades. "O próprio governo demoliu um templo evangélico na comunidade do Sol Nascente, alegando que se tratava de construção irregular. A delegacia que o governo precisa criar é, na verdade, a delegacia das terras públicas do DF", afirmou.

Desemprego – O deputado Agaciel Maia (PTC) apresentou aos colegas os números sobre desemprego no Distrito Federal, apurados pela Codeplan, Secretaria de Trabalho e Dieese. "A taxa de desemprego subiu de 14,6%, em setembro, para 15,1%, em outubro. O número de trabalhadores autônomos empregados caiu 4,3% e o de empregados domésticos, caiu 6%. Estudos apontam que 20% dos gastos mensais do governo para manutenção da máquina representam puro desperdício. Essa verba poderia ser utilizada para ampliação do programa Jovem Aprendiz, oferecendo uma ocupação para a população jovem do DF", sugeriu.

Combustíveis – Chico Vigilante (PT) voltou a cobrar a aprovação de um projeto de lei de sua autoria que permite a instalação de postos de gasolina em supermercados e hipermercados do DF. "Em 2003 uma CPI desta casa apontou a existência do cartel dos combustíveis em Brasília. Hoje nós todos vemos os resultados daquela primeira investigação. Por isso, peço aos colegas a aprovação do meu projeto de lei complementar nº 5, para acabarmos com esse cartel que toma o dinheiro da população", disse.

Buritizinho – A deputada Celina Leão (PDT) pediu urgência ao Executivo no envio de um projeto de lei que viabiliza a regularização de áreas no Buritizinho. "Falta a definição de uma área como de interesse social. É uma exigência burocrática que pode ser resolvida facilmente, mas que está impedindo o recebimento de um recurso de R$ 30 milhões para urbanizar aquela área. Não podemos abrir mão de recursos num cenário de crise como estamos vivendo", observou.

FONTE: Câmara Legislativa do Distrito Federal em 01/11/2015

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