Comitê é formado para coibir a intolerância religiosa na Bahia

O Comitê Interreligioso da Bahia (CIRB) foi lançado em Salvador nessa sexta-feira (6/11), na sede da Cidade da Luz (Pituaçu). Líderes religiosos do espiritismo, umbanda, candomblé, Igreja Anglicana e da Religião de Deus do Espírito Santo apresentaram as estratégias de atuação para coibir a prática de intolerância religiosa na Bahia, através do Comitê, que será um canal aberto para o diálogo entre as entidades e de denúncia para sociedade civil.

A partir do lançamento, os integrantes do Comitê passam a se reunir quinzenalmente para discutir casos de denúncia de intolerância recebidos. A próxima já está marcada para o dia 14, deste mês, no Templo Cacique Pena Branca. A ideia é que cada encontro ocorra nas sedes de todas as entidades religiosas integrantes.

De acordo com o presidente do Comitê, o padre da Igreja Anglicana, Alfredo Dorea, todas as lideranças envolvidas já realizavam trabalhos individualizados de prevenção e combate à intolerância e foi a partir daí que surgiu a necessidade de somar esforços para ampliar a atuação dessas ações. “O objetivo aqui é agregar. Em um estado laico, é imprescindível que cada pessoa tenha o direito de viver na beleza de ser o que é, independentemente da religião escolhida”, afirmou.

Para o médium e fundador da Cidade da Luz, complexo social sem fins lucrativos, José Medrado, como o intuito é de combate a toda e qualquer forma de intolerância, o Comitê também vai dispor de um departamento jurídico, o que vai possibilitar que haja ações mais concretas de reparação às vítimas desse tipo de violência. “Vamos construir juntos pautas de discussões e desenvolver um fórum permanente”, explicou Medrado. As denúncias recebidas, segundo ele, serão encaminhadas para o Ministério Público Estadual para que as devidas sanções sejam adotadas pelo órgão.

Corrente do bem

A união dessas forças vai fortalecer a repressão às práticas de intolerância, construindo uma espécie de “corrente do bem”, disse Pai Raimundo, da Umbanda. “Não estamos aqui como comitê individual de religião católica, evangélica ou outra qualquer, mas sim como um grupo que vai promover o amor, independentemente da religião”. O mesmo também foi dito pela Mãe Daya Dias, que estava representando o Candomblé.

Embora a religiosidade tenha sido o foco das discussões, durante o lançamento do Comitê, o direito de não ter religião e ser respeitado por isso também estava em pauta. De acordo com o integrante do Comitê e agnóstico (não se reconhece em nenhuma religião), o que importa de fato é a união entre as religiões, em busca da paz. Também integram o Comitê: Conceição Macedo da Igreja Messiânica; o Pastor Djalma Torres; Mãe Jaciara Ribeiro do Abassá de Ogum; Leonardo Lima e Caio Novais de Brito Cunha, do Templo Cacique Pena Branca.

FONTE: Tribuna da Bahia em 07/11/2015

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