Polícia e família divergem sobre morte de mãe de santo na BA


por Leiliane Roberta Lopes

BAHIA - A delegada Maria Daniele Monteiro, titular da 18ª Delegacia de Camaçari (BA) está investigando a morte da ialorixá Mildreles Dias Ferreira, a Mãe Dede de Iansã, 90 anos, que faleceu de infarto no dia 1º de junho.

A família da mãe de santo acusa os evangélicos da igreja evangélica Casa de Oração Ministério de Cristo de intolerância religiosa, pois um dia antes da morte da idosa os fiéis da igreja realizaram uma vigília.

A delegada não descarta a intolerância religiosa, mas começa a ver, de acordo com os depoimentos, que as falas dos evangélicos não eram direcionadas para a mãe de santo. “Existe a perturbação clara do sossego alheio. A questão da intolerância religiosa não está descartada, mas ainda estamos investigando. Moradores que foram ouvidos não confirmaram que evangélicos se concentravam na porta do terreiro”.

Com o barulho da vigília, Mãe Dede de Iansã não conseguiu dormir e na noite seguinte ela faleceu.

“Mãe Dede passou a madrugada da vigília em claro e na noite seguinte acabou morrendo. Gera desconforto e a gente sabe que falam muito em demônio, então, fica parecendo provocação. Mas fica complicado afirmar porque os cânticos são assim”, comenta a delegada.

Mas a família diz que os evangélicos ficaram na porta do terreiro falando palavras contra a mãe de santo e que os fiéis da igreja constantemente perseguem quem frequenta os cultos do candomblé.

“Mesmo após a morte da minha avó, eles continuam com as provocações. Quando temos visitas, ficam provocando e gritam ainda mais alto com palavreados que prefiro nem reproduzir. Até caixa de som colocam fora da igreja”, conta Bárbara Cerqueira, neta de Mãe Dede segundo o Terra.

A igreja está a pouco mais de um ano no local, funcionando a poucos metros de onde Dede de Iansã mantinha o terreiro de candomblé Oyá Deña, espaço religioso que funciona há 45 anos.

FONTE: Gospel Prime em 20/07/2015

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