Secretária do CONIC lamenta que intolerância religiosa aumente também no Brasil

Chamados de ‘mártires do nosso século’ pelo papa Francisco, os cristãos perseguidos e assassinados no Oriente Médio e países da África, sofrem uma sistemática intolerância e violência religiosa.

No Domingo de Páscoa (5), as duas maiores cidades do Egito, Cairo e Alexandria, sofreram ataques de terroristas e uma igreja na Síria, construída há 80 anos, foi alvo de atentado que feriu sete pessoas. Na Líbia, um templo deve ser erguido em memória dos 21 cristãos coptas assassinados por terroristas ligados ao Estado Islâmico (EI).

No Quênia, a sobrevivente do massacre ocorrido em 2 de abril, que matou 148 jovens, contou que os extremistas tiveram como alvo os que não aparentavam ser da religião muçulmana.

É dramática a situação no Iraque e na Síria, que força o deslocamento de cristãos e membros de outras minorias religiosas que se viram obrigadas a fugir de suas casas, para proteger sua vida do fundamentalismo religioso. Na Síria a violência já levou à morte de centenas de cristãos, no Iraque e na Nigéria a situação também se deteriora.

E o risco de os cristãos desaparecerem do Oriente Médio, um dos berços da Igreja primitiva é real, segundo relata o Subsecretário do Cor Unum, monsenhor Tajado que fez recente visita aos cristãos no Iraque. “Existe o perigo de que os cristãos desapareçam no Oriente Médio. É um perigo real. Constatamo-lo. Muitas famílias foram expulsas de Mossul e outros povos com milenária tradição cristã; foram expulsos e exilados”, afirmou.


Sírios no Brasil


Para a Secretária do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, pastora Romy Benck é lamentável que a intolerância religiosa aumente no mundo, inclusive no Brasil.

Ela recorda que o Conselho Mundial de Igrejas tem feito um trabalho importante em apoio às igrejas cristãs no Oriente Médio e ressalta que “é preciso analisar o papel da religião na sociedade, porque o fundamentalismo religioso sempre aumenta quanto há instabilidade social”.

Romy Benck lamenta que “a religião acabe sendo instrumentalizada para difundir o ódio, a raiva e aumentar os conflitos, a fim de justificar outros ataques maiores de grandes potencias que tem interesse na região.”

No Brasil, lembra a Secretária do Conic, houve um aumento importante da comunidade Síria e “é importante questionar como o país está se preparando para acolher essas pessoas, especialmente aquelas que desejam manifestar sua opção religiosa”, alertou.

O Brasil já reconheceu oficialmente como refugiados da guerra ou por perseguição religiosa, mais de mil e 700 sírios, que hoje são a maior comunidade de refugiados no país.

FONTE: Pontifícias Obras Missionárias em 07/04/2015

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