Ogã de terreiro de candomblé ficou indignado com as colocações do vereador Osinaldo


Antonio Matos, coordenador do Balé Brasílica, ogã de terreiro de candomblé há 17 anos, ficou indignado com as colocações do vereador Osinaldo sobre a estátua da Mãe d’água. Na sessão realizada semana passada (27), o edil afirmou que Iemanjá não é cultura e caracterizou a obra como pacto com o Demônio.
Matos participou ontem (02) da Sessão da Câmara de Vereadores  onde foi lida uma carta de aberta enviada pelo presidente da Associação Espírita e de Cultos Afro-brasileiros, Jorge Rodrigues Barbosa como direito de resposta.
“Eu acho que todo cidadão tem o direito de expressar e de se apegar aos seus pensamentos. Entendo o Osinaldo que é de formação evangélica, que é um direito dele de se expressar, mas ele não tem o direito de agredir, de ofender e destilar pelos seus poros e pela sua língua numa plenária que é uma casa pública, o seu preconceito, a sua intolerância religiosa”, afirmou Antonio.
“Quando ele faz esse encontro do que é Mãe d’água do que é Iemanjá, ele se equivoca. Acho que ele deveria ter mais uma vez a consciência do estudo para ele entender que o Orixá Iemanjá habita as águas azuis e salgadas do mar e quem habita as águas doces e férteis é o Orixá Oxum. E quando ele chama os povos de terreiro de satanistas ele desmerece tudo de puro que no candomblé existe. Eu acho que uma pessoa que não consegue dialogar com a diversidade enquanto sociedade, ela não deve ocupar um assento público”, disse.
Para Matos, o período de campanha eleitoral influencia a postura do vereador que também é candidato à reeleição. “Eu acho que estão se apropriando deste momento político para ir de encontro às religiões de cunho afro-brasileiro. Me entristece uma cidade como Petrolina, multicultural, que recebe grande festivais, ter alguém na Casa Plínio Amorim com esse pensamento retrógrado, preconceituoso, intolerante e acima de tudo nefasto”.

FONTE: Petrolina 1 em 02/010/2012

Um comentário:

Tecnologia do Blogger.