Mulher destrói imagem de santa em frente à Catedral

Uma cena de intolerância religiosa indignou pessoas que passavam pela praça Coronel Fernando Prestes, em frente à Catedral Metropolitana de Sorocaba, às 14h de ontem. Uma mulher de 37 anos destruiu uma imagem de resina de Nossa Senhora Aparecida, de aproximadamente 50 centímetros, jogando-a no chão. Também rasgou o manto da santa com os dentes. A atitude causou indignação. R.S. foi detida e levada à delegacia, onde a delegada Darly Miola Kluppel a autuou por dano e ultraje à imagem religiosa.

R. faz tratamento psiquiátrico por causa de depressão e não explicou por que destruiu a imagem, que roubou da loja de artigos religiosos que fica na rua Carlos Gomes, ao lado da Catedral. Da delegacia, ela foi numa ambulância para a ala psiquiátrica do Hospital Regional. Os donos da loja, Cândido Nabas Júnior e Ana Clara Speglis Nabas, se assustaram com a atitude de R., em destruir de propósito a imagem da santa.

A mulher entrou na loja quatro vezes ontem à tarde, segundo Cândido. Na primeira, ela cortou as folhas de uma planta no vaso colocado na frente da loja, do tipo "comigo ninguém pode". Saiu e voltou novamente. "Ela então pegou a imagem numa das prateleiras e correu para fora. Em frente à Catedral, despedaçou-a no chão", conta Ana Clara. R. não foi detida de imediato. Retornou à loja e jogou cacos da imagem na direção da proprietária, mas não a acertou. Alterada, R. ofendia Ana Clara com nomes como "Satanás". Depois saiu e voltou mais uma vez, agora para derrubar o vaso e quebrá-lo.

Depois da última vez que saiu da loja, Cândido conseguiu segurar R. ainda na rua Carlos Gomes. Dois policiais militares a levaram então para a delegacia. O comerciante explica que a mulher entrou e saiu da loja quatro vezes, num período de 1h30. Depois de destruir a imagem de Nossa Senhora Aparecida, R. circulou pela região central a pé e sem ser incomodada.

Para Ana Clara, o maior prejuízo foi emocional. Ela acredita que só mesmo uma pessoa com desequilíbrio mental poderia agir dessa maneira. Cândido considera que a convivência entre as religiões tem que se basear no respeito e na tolerância. Ele classifica a atitude de R. como algo inconsequente de uma pessoa que tem problemas. Mas por outro lado, se preocupa que ela possa voltar a fazer o mesmo em sua loja ou em outra.

FONTE: Jornal Cruzeiro do Sul em 27/07/2011

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